
Quarenta e duas entidades juntaram-se numa plataforma que visa promover o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o sector ferroviário e que começa agora a dar os primeiros passos.
Entre os oito fundadores encontram-se empresas como a Mota-Engil, a Evoleo, a Nomad Tech, a CP e a Infraestruturas de Portugal, que fornecem soluções de tecnologias de informação, ‘hardware’ e engenharia para o sector ferroviário e participam hoje na iniciativa “Train to Paris”, que pretende promover a utilização do comboio como um meio de transporte sustentável, seguindo a bordo do TGV que liga Hendaye a Paris.
O responsável da Evoleo Rodolfo Martins explicou que a ideia começou a tomar forma há quatro anos, com o objectivo de criar “uma plataforma de inovação, com uma equipa inclusiva, como motor para alavancar oportunidades” no sector.
“Temos de deixar de ser compradores e começar a ser vendedores”, sublinhou o responsável desta pequena e média empresa (PME) que se dedica ao desenho de ‘hardware’ e ‘software’.
A Nomad Tech, uma ‘spinoff’ da unidade de inovação e da unidade de manutenção de alta velocidade da EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário surgiu em 2013 com o objetivo de internacionalizar os seus produtos e soluções através de uma ‘joint venture’ (parceria) com uma empresa inglesa e vende atualmente para sete países na Ásia, Europa e Oceânia.
A Thales Portugal, que já exporta para 22 países, é outra das empresas que integra a plataforma, apostando essencialmente na integração de sistemas, que é, de acordo com o responsável da empresa João Salgueiro, “uma das armas que os outros não têm”.
Portugal está também envolvido num projeto europeu que envolve parcerias entre o setor público e o privado – ‘Shift to Rail’ – através de um consórcio de operadores e gestores europeus de infraestruturas ferroviárias que aposta na inovação e desenvolvimento de novas tecnologias em cinco áreas: material circulante, sinalização, infraestruturas, tecnologias de informação e mercadorias.
O EUROC, liderado por José Carlos Clemente, responsável pela inovação na Infraestruturas de Portugal e vice-presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa, está a finalizar os acordos de adesão para integrar o início do programa ‘Shift to Rail’ em 2016.
“O ‘cluster’ ferroviário português está a dar os primeiros passos, mas temos capacidade inventiva para gerar soluções, não muito onerosas que permitem incrementar a capacidade do caminho-de-ferro”, destacou José Carlos Clemente.
O projecto vai recorrer a parte dos 920 milhões de euros disponíveis para financiar projectos de investigação ligados ao sector ferroviário, dos quais 470 milhões provenientes do próprio sector e os restantes de fundos comunitários (Horizonte 2020).