Bruxelas apoia start-ups com 80 mil milhões até 2020

Lisboa será palco da conferência da Comissão Europeia, que vai juntar políticos e investidores.

Há cinco anos era impensável Lisboa receber tantos eventos como os que vão acontecer esta semana integralmente dedicados a start-ups e a toda a sua envolvente, como aceleradores que permitem a estas micro-empresas crescerem mais rapidamente e afirmarem-se no mercado nacional e mundial. Juntamente com estas iniciativas, serão divulgados os estímulos disponíveis e os apoios para formar ecossistemas de empreendedorismo em toda a Europa ligados uns aos outros e trabalhando em parceria.

O grande foco vai ser, naturalmente, a conferência organizada pela Comissão Europeia, que começa amanhã e termina na quinta, onde são esperadas cerca de cinco mil pessoas, entre as quais investigadores, políticos, industriais, empreendedores, investidores e académicos. A temática vai-se centrar no Inovar, Conectar e Transformar, naquele que é o maior evento de Tecnologias de Inovação e de Comunicação do mundo.

A escolha da capital portuguesa não é alheia ao facto de Carlos Moedas ser o comissário que tutela esta área, para a qual Bruxelas destinou 80 mil milhões de euros até 2020. A estratégia passa por apoiar a inovação assente no empreendedorismo e pela ligação em todo o espaço europeu das start-ups entre si e às universidades e empresas.

Mas Lisboa tem estado cada vez mais na rota deste tipo de acontecimentos, não sendo uma novidade juntar start-ups com investidores e divulgar informação que permita a estas empresas sobreviverem, uma vez que se trata de um negócio onde a taxa de mortalidade é bastante elevada.

Inovação abre novas portas

“Bruxelas percebeu a importância destas jovens empresas, habitualmente constituídas com o apoio de investidores e capital de risco, que são hoje uma fonte de inovação e crescimento em toda a Europa”, disse ao i Pedro Rocha Vieira, da Beta- I, uma das companhias que há cinco anos tem trabalhado nesta área, juntando sinergias entre as start-up, os aceleradores e as incubadoras.

“Esta nova realidade – acrescenta –, “está a acontecer um pouco por todo o mundo e as grandes empresas começaram a ganhar consciência de que podem inovar mais rapidamente recorrendo a estes empreendedores, os quais contribuem de forma significativa para o seu crescimento”. Portugal também, já marca pontos internacionalmente com start-ups como a de Braga e a Cotec, entre muitas outras.

Este ano também, a Deloitte apostou forte nesta área através da Digital Disruptors, lançando o primeiro acelerador corporativo em Portugal, uma iniciativa desenvolvida pela empresa e apoiada pela Beta-i. O programa, que terá uma duração de dois meses, está focado na indústria dos seguros e terá início a 2 de Novembro. Oobjectivo passa por seleccionar 15 start-ups que possam desenvolver e implementar as suas soluções digitais directamente com os maiores players da indústria dos seguros, com semelhanças com o programa que a Fidelidade e a Fosun lançaram a semana passada, mas com um alcance diferente.

A confirmar o interesse deste encontro está o facto de a melhor revista do mundo sobre esta temática, a TechCrunch, também vir a Lisboa para acompanhar evento. O seu editor, Mike Butcher, vai falar sobre este tipo de negócio e dar algumas dicas de como se deve trabalhar em rede.

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